Literatura agora - programa da RTP2

No programa de ontem, na rubrica  "livro da minha vida", Vicente Alves do Ó, realizador de cinema,  escolheu o livro "Breviário das Más Inclinações" de José Riço Direitinho, o livro da próxima sessão da Comunidade de Leitores, dia 5 de março. A ver aqui.

Criativamente - Segredos de um cérebro criativo

Em Fevereiro, o Pavilhão do Conhecimento – Ciência Viva dá início ao Ciclo de Conversas Loucamente. São quatro dias, quatro temas, que nos fazem pensar sobre a saúde mental e o seu impacto pessoal e social. A fronteira entre a saúde, a doença mental, e a neuropotenciação.

E um dos convidados é José Luís Peixoto, o autor da obra escolhida para a nossa quarta sessão da Comunidade de Leitores de 2015 (4 de Maio).

Dia de São Valentim

Dia de São Valentim

E porque hoje é Dia de São Valentim aqui fica um poema de amor.

Título por haver

No meu poema ficaste

de pernas para
o ar

(mas também eu

já estive tantas vezes)

Por entre versos vejo-te as mãos

no chão

do meu poema

e os pés tocando o título

(a haver quando eu

quiser)

Enquanto o meu desejo assim serás:

incómodo estatuto

preciso de escrever-te

do avesso

para te amar em excesso 

[Ana Luísa Amaral]

[MOURA, Vasco Graça in 366 Poemas que Falam de Amor]

Os Rapazes dos Tanques

A noite de Inverno era fria, como já se escreveu! Mas o ambiente era quente na 1ª sessão da Comunidade de Leitores de 2015, subordinada ao tema "Este jeito de ser gente em Portugal".

E a conversa à volta da obra escolhida “Os Memoráveis” com a presença da sua autora Lídia Jorge, cativou todos os participantes. A vontade era que o serão se prolongasse noite dentro, sem sombra de enfado.

E como estas coisas dos livros e da palavra escrita, se ramificam e nos levam a outras leituras cruzadas, aqui fica a partilha de um livro lido após esta sessão: "Os Rapazes dos Tanques" de Alfredo Cunha e Adelino Gomes. Imperdível.

 Boas leituras!

Leitura livre de excertos da obra literária "Os Memoráveis" interpretada pelo Teatro Independente de Loures

Lídia Jorge abre a edição 2015 da Comunidade de Leitores-"Este jeito de ser gente em Portugal"

Numa noite fria de inverno não se esperava grande afluência de público à Biblioteca Municipal José Saramago. Lídia Jorge chega e diz com grande satisfação e alguma surpresa “a Biblioteca está cheia de gente”. Uma centena de pessoas esperava pela autora da obra “Os Memoráveis” para conversar sobre o livro, também ele memorável, porque reconstrói a madrugada do 25 de Abril de 1974. A noite tornou-se acolhedora, mágica e sábia. As palavras da escritora despertaram nalguns leitores as suas memórias individuais, carregadas de emoções e de afetividade. Falou-se do 25 de Abril como é preciso falar, falar e falar. Lídia Jorge afirmou que este é um livro político, é assim que deve ser visto e que o escreveu durante seis meses sem o conseguir largar. O tema desta noite permitiu que se falasse de outros assuntos da atualidade política, entre outros, que dominam a nossa vida, em Portugal, como por exemplo a existência de uma lista negra de livros proibidos pela organização Opus Dei onde constam dois livros da autora “O Dia dos Prodígios” e “A Costa dos Murmúrios” e segundo as palavras de Lídia Jorge  faça com que, muitas vezes, sejam anulados convites sem que haja uma razão plausível.

Lídia Jorge na Biblioteca Municipal José Saramago (excerto da conversa)

O Index ainda existe no séc. XXI

Como é possível, nos dias que correm, ainda existerem organizações que se arrogam no direito de fazerem listas de livros proibidos? Para ler aqui e aqui.

Fazem parte desta lista negra, como não podia deixar de ser o "nosso" Saramago e também, pasmem-se, a Lídia Jorge.