segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016


Morreu sexta feira dia 18.02.2016 Umberto Eco.

Para a literatura, para nós leitores, esta ocasião significa a perda de um escritor de talento, culto e influente  a nível académico.

A ultima obra que li dele, no verão passado e em férias no Douro, foi Numero Zero e gostei bastante porque me despertou para mundos obscuros do jornalismo e da escrita, dirigida para e por poderes de grande influência na sociedade contemporânea. Aborda cruamente como se gerem as inverdades, se transformam mentiras em quase verdades e como se lançam estratégicamente notícias no mercado – o seu e o seu contrario.

A narrativa do romance não é fácil, mas é extremamente rica em tópicos que se tocam, incluindo mitos históricos, internet e terrorismo. Deixo esta sugestão de leitura já com varias edições, em Portugal. Acompanhou-me no meu descanso com a família e  foi uma leitura “reveladora”.

Um abraço aos amigos leitores.

Cristina Costa

terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Do Blogue Horas Extraordinárias
publicado por Maria do Rosário Pedreira, às 09:22
Li num jornal de Barcelona uma notícia muito bonita, até porque em Portugal já não é fácil encontrar livrarias em que os clientes consigam estabelecer com os livreiros relações de grande proximidade (há-as, evidentemente, mas sobretudo longe dos grandes centros). Xavier Vidal, o proprietário da livraria Nollegiu, aberta há pouco mais de dois anos em Barcelona, conseguiu num domingo de manhã uma verdadeira proeza, quase uma utopia: a de juntar mais de uma centena de clientes que, por amor aos livros, o ajudaram a fazer a mudança para outro local. Não em carros, nem sequer transportando caixotes; mas colocando-se ao longo do caminho que une as duas lojas, a antiga e a nova, numa autêntica cadeia humana, cada um passando ao companheiro do lado o conteúdo inteirinho da livraria! Xavier Vidal reconhece que tem clientes excepcionais, uma vez que até crianças acorreram a ajudar, sem medo do peso de alguns volumes; mas estes clientes consideram que Xavier merece isto e muito mais, porque soube fazer da sua pequena loja um espaço onde os leitores se sentem em casa. De tal forma o estabelecimento soube atrair os vizinhos desde que se instalou que, em pouco mais de dois anos, se tornou demasiado pequeno para tantos interessados e foi preciso avançar cem metros na rua para que ocupasse uma loja maior e pudesse servir melhor a clientela. Um dos transportadores disse à jornalista do El Periódico que não basta aos leitores queixarem-se de que as livrarias estão todas a fechar, é preciso pôr mãos à obra de todas as maneiras e feitios para evitar que isso aconteça. Bem, a imagem diz tudo.
parte-cadena-humana-que-traslado-los-libros-nolleg